O Ciclo do Ouro
A história de Curitiba começou em Paranaguá, cidade litorânea do Paraná, onde os portugueses encontraram, em 1587, o primeiro ouro do Brasil. Imaginando haver mais ouro serra acima, aproveitaram as trilhas indígenas para atingir os campos de Curitiba, no primeiro planalto do Estado. Nestes campos, estabeleceram um arraial de mineração às margens do Rio Atuba e ali ergueram um amontoado de casebres, a que deram o nome de Vilinha. A principal atividade era o garimpo do ouro de aluvião, que encontravam misturado à areia, no fundo do rio. Quando esse ouro começou a se tornar escasso, seguindo o conselho do cacique dos índios Tinguí, deixaram a Vilinha e mudaram-se para onde é, hoje, o centro da cidade.
A Origem do Nome e a Fundação da Cidade
Curitiba deve seu nome aos pinheirais sem fim que cobriam o território onde hoje ela se encontra. Ao se referirem à região, os índios usavam a expressão core (pinhão ) etuba ( muito ) que, com o tempo se transformou em “Curitiba”. E foi com o nome de Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba que a cidade foi fundada, em 29 de março de 1693. Tinha, então, 540 moradores.
O Ciclo dos Tropeiros
Em 1721, ainda era uma pequena vila que somava algumas dezenas de casas miseráveis, feitas de madeira, barro, taquara e pedra.Em torno dela, as fazendas de criação de gado, onde morava a maioria dos seus 1.400 habitantes. Nesta época, Curitiba era a pousada dos gaúchos que conduziam tropas de mulas e cavalos, do Rio Grande do Sul para a Feira de Sorocaba. Na Feira, as tropas eram vendidas para transportar o ouro das Minas Gerais, principal centro econômico do país. O pouco ouro que havia nos rios curitibanos já havia acabado há muito tempo. E os fazendeiros da cidade logo perceberam no comércio dos gaúchos uma boa oportunidade de fazer fortuna. Assim, viraram tropeiros.
O Ciclo da Erva-Mate
Viajando para o sul com grande freqüência, para buscar tropas,descobriram um novo mercado - a Argentina e o Uruguai - para onde passaram a exportar erva-mate, planta nativa do Paraná. Graças a estas duas atividades - o tropeirismo e a produção de erva-mate - Curitiba começou a crescer. Em 1812, tornou-se cabeça de Comarca. Em 1842, foi elevada à categoria de Cidade. E em 1853 emancipou-se de São Paulo e passou a ser a capital da nova Província do Paraná.
Imigração
De 1829 a 1929, cerca de 130 mil imigrantes fixaram-se no Paraná. Eram poloneses, alemães, italianos, suíços franceses, galicianos, franceses argelinos, ucranianos etc. Inicialmente estabeleceram-se em empreendimentos que fracassaram por estarem muito distantes dos centros de consumo. Depois de 1869, em colônias agrícolas situadas nos arredores de Curitiba. Muitas delas deram origem a bairros importantes da Cidade. Os imigrantes europeus introduziram novas técnicas agrícolas, novas ferramentas, novos produtos, novos hábitos alimentares, novas religiões. Destacaram-se em várias artes e ofícios. Influíram no estilo arquitetônico das moradias e das casas de comércio. Trouxeram a carroça para as ruas da cidade. Criaram clubes recreativos e entidades culturais. E legaram seus nomes à grande maioria da população curitibana.
O Ciclo da Madeira
Logo após o desastre da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, os engenhos de mate de Curitiba começaram a emudecer. E ficaram quase totalmente calados quando, logo em seguida, os argentinos começaram a colher a erva-mate cultivada em suas próprias terras, deixando de importar a nossa. A sorte viria a socorrer Curitiba pelas linhas tortas da Guerra: a proibição das exportações de madeiras brancas do Báltico, subitamente abriu as portas do Mundo para as madeiras do Paraná. A ex-cidade dos tropeiros e ervateiros tornou-se, da noite para o dia, a cidade das serrarias. Uma cidade à espera de transformações A cidade cresceu, começou a industrializar-se. E chegou aos anos 60 com pouco mais de 300 mil habitantes e muitos problemas. A população disputava com o automóvel as ruas do centro da cidade. Servia-se de um sistema de transporte coletivo ultrapassado. Quase não dispunha de espaço para o encontro, o esporte, o lazer e a cultura. Uma cidade que perguntava o que seria do seu futuro.
Curitiba hoje
Nas últimas décadas, a população de Curitiba cresceu a uma taxa média anual de 5%, bem acima da média nacional, chegando hoje a cerca de um milhão e quinhentos mil habitantes. Entretanto, apesar de extraordinário, este crescimento não comprometeu a qualidade de vida dos cidadãos. Isto porque, desde o final dos anos 60, o desenvolvimento da cidade tem sido orientado pela Prefeitura, através de um enfoque inovador de planejamento urbano. Contrariando a tendência dos urbanistas de então, em Curitiba, o homem - e não o automóvel - passou a ser a medida de todas as coisas. E toda a ação pública passou a ter como objetivo promover o bem-estar de cada cidadão. Este enfoque, associado à visão global dos problemas urbanos, permitiu o surgimento de uma cidade singular, onde as funções básicas - moradia, transporte, lazer e trabalho - coexistem harmoniosamente, em todos os bairros. E onde as mais arrojadas e criativas propostas urbanísticas estão sempre em sintonia com a preservação do meio ambiente e da identidade cultural da cidade.
Cidades-irmãs
As cidades-irmãs de Curitiba, incluindo as agraciadas com o título honorífico "Cidade Irmã de Curitiba" (instituído pela lei nº 4.740/1973), são:
Assunção, Paraguai (lei nº 9.794/1999)
Coimbra, Coimbra, Portugal (lei nº 5.048/1975)
Córdoba, Argentina [59]
Cracóvia, Pequena Polônia, Polônia (lei nº 8.094/1992)
Guadalajara, Jalisco, México (lei nº 9.795/1999)
Hangzhou, Zhejiang, China (lei nº 9.754/1999)
Himeji, Hyogo, Japão (lei nº 6.484/1984)
Lyon, Ródano-Alpes, França [60]
Montevidéu, Montevidéu, Uruguai (lei nº 7.438/1990)
Orlando, Flórida, EUA (lei nº 9.793/1999)
Santa Cruz de la Sierra, Santa Cruz, Bolívia (lei nº 7.350/1989)
Suwon, Gyeonggi-do, Coréia do Sul [60] Treviso, Treviso, Itália (lei nº 8.366/1993)